segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Para que servem as greves?-2

Se os sindicatos e os trabalhadores que nelas participam avaliassem os ganhos que obtiveram, versus, os prejuízos que suportaram, por participarem numa greve, talvez fosse o primeiro passo para as lutas dos trabalhadores, na defessa dos seus interesses, poderem evoluir de forma a tornarem-se mais eficazes.

Por que razão as greves, em Portugal, sempre foram consideradas assunto tabu por todos os meios de informação? Seja qual for a greve, seja setorial, ou nacional, corporativa ou empresarial, é noticiada  nos media apenas para se revelarem os dados da adesão, com as habituais disparidades entre os dados fornecidos pelos sindicatos ou pela administração (normalmente, o Governo) e pouco mais.
Mas ninguém se atreve a discutir os motivos que fundamentam a greve, os seus efeitos e, muito menos o seu (in)sucesso. Será falta de coragem ou apenas desinteresse ...
No entanto, se pensarmos em algumas das greves mais recentes (greve geral, greves nos transportes, em Lisboa, greve dos estivadores, ...) facilmente se conclui que os seus efeitos tiveram muitas consequências que ultrapassaram a esfera de interesses de quem as convocou e a elas aderiu e, por isso, justificariam uma atenção mais pormenorizada dos meios de comunicação.
E, se alguém tivesse a coragem de comparar os custos das greves, para todos nós, a começar pelos seus aderentes, com os proveitos que elas proporcionaram, a curto, a médio, ou a longo prazo, penso que facilmente se concluiria que, na forma como são realizadas, só servem para publicitar o descontentamento (justo, não duvido!) dos trabalhadores.
Assim sendo, não duvido, que só os ricos, nos dias de hoje, se podem dar ao luxo de fazerem greve!

Sem comentários:

Enviar um comentário